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ApprEUnance

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Projeto ApprEUnance


A Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos integra o Projeto Europeu ApprEUnance (Projeto Erasmus +2021-1-FR01-KA220-VET-000025888), que conta com a participação de 7 parceiros, oriundos de 5 países diferentes: França, Irlanda, Bélgica, Lituánia, Islândia e Portugal. O ponto de partida do projeto foi a observação de que, em toda a Europa, as sociedades em geral e o mundo da formação em particular enfrentam uma (r)evolução numa escala e com uma aceleração nunca vista. O confinamento e o período prolongado de pandemia, aliados aos choques geopolíticos, vieram acentuar ainda mais as alterações nos equilíbrios e a necessidade de repensar os modelos estabelecidos da formação em geral e da formação profissional em particular.
Dentro deste enquadramento, o projeto propôs-se compreender a engenharia pedagógica utilizada na Europa, e em particular nos vários parceiros do programa, através do prisma do conceito de “Apprenance” (“aprendizagem” em francês), a fim de produzir um quadro de reflexões e recomendações que possam lançar luz sobre as reflexões em torno dos
sistemas de formação.
Num grande número de publicações, este neologismo acompanha agora as mudanças em curso no mundo da formação. O conceito não se limita apenas ao campo das ciências da educação, mas abarca a ideia de uma sociedade inteira que (potencialmente) se tornou numa sociedade de conhecimento e de aprendizagem: a família, a empresa, a cidade, o território.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Apprenance - No contexto da formação

 

“Apprenance” é um conceito amplo que descreve o processo de aprendizagem do indivíduo ao longo da vida e que pode ser formal ou informal. É liderado pelo indivíduo em diálogo com diferentes interlocutores e recorrendo a vários recursos. Os professores/ formadores funcionam enquanto facilitadores da aprendizagem. Aos formandos é dada liberdade de escolha e autonomia na gestão do seu processo de aprendizagem. Com esta abordagem muda-se de uma lógica de formação/transmissão (centrada no formador e no conhecimento) para uma lógica de co-construção (centrada num formando ativo que constrói).


As mudanças rápidas e de elevado impacto que estão a ocorrer na sociedade estão associadas a novas competências, nomeadamente no campo da tecnologia digital (multimodalidade, redes sociais). O tempo de aprendizagem já não acontece apenas em estabelecimentos de ensino/formação. A aprendizagem está potencialmente em todo o lugar e não tem limites de tempo, estamos sempre a aprender. A transformação das próprias profissões exige uma adaptação constante, o que significa não só a aprendizagem ao longo da vida, mas também o desenvolvimento da capacidade de aprender e a disponibilidade para mobilizar novos conhecimentos. Assume especial importância a questão da experiência, ou seja, da formação prática em contexto de trabalho, tornando-a a alavanca da aprendizagem e da apropriação do conhecimento. A aprendizagem baseada no trabalho é uma forma elaborada (aprender fazendo, para citar John Dewey), mas que exige uma reflexão real sobre potenciais situações. de aprendizagem (nem todas as situações de trabalho são necessariamente formativas). Também levanta a questão da transformação do conhecimento em ação (sucesso), do conhecimento em pensamento (compreensão e reprodução), o que depende da reflexividade que é central ao processo de aprendizagem baseado no trabalho.


Envolver as pessoas na formação é outra questão fundamental. É importante que a disponibilidade para aprender tenha sido apoiada e desenvolvida. Não se trata apenas de ensinar/formar (foco no formador e no conteúdo do conhecimento), mas em ajudar as pessoas a aprender (foco no aluno e nas condições que facilitam a aprendizagem). A centralidade está no aluno, na sua vontade de aprender, forma de ser e capacidade para lidar com situações complexas. Esta atitude é ao mesmo tempo consciente (a aprendizagem baseia-se num ato voluntário); dinâmica (representa movimento em direção a um progresso desconhecido, desejado); baseia-se em práticas individuais e coletivas (aplica-se tanto ao indivíduo como ao coletivo, seja uma equipa, uma rede, um círculo ou uma organização). Philippe CARRE define Apprenance como um conjunto estável de emoções afetivas, cognitivas e disposições conativas, favoráveis ​​ao ato de aprender, em todas as situações formais ou informais, experienciais ou didáticas, autodirigidas ou não, intencionais
ou incidentais”.


O papel dos professores/ formadores é facilitar o processo, permitindo aos indivíduos aproveitar e explorar, ao longo das suas vidas, todas as oportunidades para enriquecer e atualizar os seus conhecimentos, sabendo depois aplicar esses conhecimentos para a construção dos seus projetos de vida. E, para isso, os professores/ formadores devem trabalhar a atitude global dos indivíduos em três dimensões:
   a) Dimensão afetiva (gostar de aprender): ver a ideia de aprender como uma possível fonte de prazer, emoções e sentimentos
agradáveis.
   b) Dimensão cognitiva (saber como aprender): ajudar os formandos a colocarem-se numa situação que facilita o processamento da informação (concentração, atenção, metacognição, etc.) com estratégias de aprendizagem (saber definir objetivos de aprendizagem, planear a sua aprendizagem, regular o seu esforço, memorizar eficazmente, etc.)
   c) Dimensão conativa (querer aprender): desenvolver uma abordagem proativa e intencional em relação à aprendizagem, dotando-a de sentido.


O conceito de Apprenance desenvolve-se ainda à volta de outros seis pressupostos:


1- Consideração de cada pessoa como capaz:

As pessoas têm potencialidades que a experiência pode revelar. Não chegam até nós como seres vazios » de recursos ou experiências.
2- A experiência como alavanca:
A aprendizagem pode ser apropriada através da experiência (aprender fazendo). A experiência permite a transformação de recursos em ações orientadas para objetivos e contribui para a motivação.
3- A cooperação como um amplificador:
Esta co-construção (agir sobre o seu ambiente) também se faz num quadro coletivo de interações que leva cada pessoa a ouvir o outro, a construir consensos, a enriquecer-se de diferentes pontos de vista, a co-construir.
4- A Reflexividade como meio de ancoragem:
A experimentação só permite a estruturação da aprendizagem quando há retorno: é a reflexividade que constitui o processo de aprendizagem. Volte ao que fez, aprenda com os seus erros, corrija-os, formalize os princípios e teste-os novamente...
5- Seja vigilante em relação às condições da experiência:
Nem toda experiência é necessariamente uma experiência de aprendizagem: certas condições são necessárias: significado e interesse
das atividades propostas, acessibilidade, complexidade aceitável, recursos adequados....apoiar e facilitar o ambiente humano.
6- Atenção ao acompanhamento e apoio dado antes, durante e depois da experiência:
A qualidade deve estar presente na mediação oferecida, tanto no centro de formação/ como na empresa ou família.

Para saber mais sobre o Projeto Appreunance, consulte:
https://europe.mfr.fr/category/apprenance/

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